14 de outubro de 2011

Benedito Calixto de Jesus (Itanhaém, 14 de outubro de 1853 — São Paulo, 31 de maio de 1927) foi um pintor, desenhista, professor,... brasileiro.











Considerado um dos maiores expoentes da pintura brasileira do início do século XX, Benedito Calixto de Jesus nasceu em 14 de outubro de 1853, no município de Itanhaém, litoral sul de São Paulo. Calixto é o que se pode chamar de um talento nato. Autodidata, começa seus primeiros esboços ainda criança, aos 8 anos. Aos 16 anos muda-se para Santos onde tem um começo de vida difícil, chegando a pintar muros e placas de propaganda para sobreviver.

Entre os 17 e 18 anos, a convite do irmão mais velho, muda-se para Brotas, interior de São Paulo, na época, próspera por sua produção de café. Vai morar na casa do irmão João Pedro, situada na esquina de uma praça, hoje denominada "Benedicto Calixto". Como o irmão era o responsável pela conservação da igreja e das imagens ali existentes Calixto, que já tinha habilidades nesse oficio, o ajudava nessa missão, mas logo acaba ficando com a incumbência. Tendo material à sua disposição, nas horas vagas pintava telas com vistas do local, que oferecia aos amigos. Entre os primeiros quadros feitos no município estão o Casamento dos Bugres e A Saída do Ninho, hoje em mãos de colecionadores em Brotas.

Na época decorou também a sala de jantar da casa do capitão Joaquim Dias de Almeida com motivos da fauna e flora brasileiras. Seu gênio alegre e comunicativo lhe trouxe grandes amizades no município. Um desses amigos, era o coronel Cherubim Vieira de Albuquerque, abastado cafeicultor da região, que veio a lhe encomendar diversos quadros. Entre estes, vistas de suas fazendas Paraíso e Monte Alegre em 1873. Retratou também nessa época o próprio coronel e sua filha Da. Maria Eugênia de Albuquerque Pinheiro, quadros que ainda hoje se encontram no município.

Em 1877 retorna a Itanhaém para casar-se com sua prima de segundo grau, Antônia Leopoldina de Araújo. De volta a Brotas, continua pintando paisagens das fazendas locais e retratos de grandes cafeicultores. Em 1881 deixa Brotas e volta a Itanhaém, onde nasce sua primeira filha, Fantina. No final desse mesmo ano muda-se com a família para Santos, onde passa a pintar paisagens nos tetos e paredes das mansões dos prósperos comerciantes daquela cidade litorânea.

Fez sua primeira exposição em 1881 no salão do jornal Correio Paulistano, em São Paulo, não tendo conseguido vender nenhum trabalho, mas obteve apreciação favorável da crítica.

Em 1882 a sorte bate em sua porta. É convidado a realizar trabalhos de entalhe e pintura na parte interna do Teatro Guarany, em Santos, o que lhe rendeu homenagens e uma bolsa de estudos, custeada por Nicolau de Campos Vergueiro, o Visconde de Vergueiro, para se aprimorar em Paris, onde fica por quase um ano e frequenta o ateliê do mestre Rafaelli e a Academia Julian. Na Europa realiza várias exposições de sucesso. Em 1884, de volta à Santos traz na bagagem um equipamento fotográfico e torna-se pioneiro, no Brasil, em pintar a partir de fotografias.

Nos anos de 1886 e 87, respectivamente, nascem seus filhos Sizenando e Pedrina. Em 1890 muda-se para São Paulo. Sete anos depois volta para o litoral e vai morar em uma casa construída por ele mesmo, em São Vicente. Produz obras importantes para vários museus, entre eles o do Ipiranga, em São Paulo, para inúmeras igrejas em todo o país, para associações, fundações, instituições, a exemplo da "Bolsa Oficial do Café", em Santos, onde uma de suas principais obras "A Fundação de Santos" ocupa uma parede inteira do salão principal, além de outras duas que também têm como tema o município de Santos e o vitral do teto com alegoria para os Bandeirantes.

Durante toda a sua trajetória produziu aproximadamente 700 obras, das quais 500 são catalogadas. Pintou marinhas, retratos, paisagens rurais, urbanas e obras religiosas. Estas últimas lhe renderam a Comenda de São Silvestre, outorgada pelo Papa Pio XI, em 1924.

Além da pintura se revelou como historiador, escritor e fotógrafo.

Faleceu de infarto, no dia 31 de maio de 1927, em São Paulo, na casa de seu filho Sizenando, para onde tinha ido com a intenção de comprar material para terminar duas telas para a Catedral de Santos. Foi enterrado no cemitério do Paquetá, em jazida perpétua doado pela Prefeitura Municipal de Santos. Suas duas últimas obras são intituladas "Noé" e "Melchisedech".

Homenageado na Capital de São Paulo, com a Praça Benedito Calixto.

Uma obra do acaso trouxeram as telas de Calixto para Bocaina, município do centro do Estado de São Paulo, hoje com 11 mil habitantes. A história registra que ele deveria pintar os seus quadros na Igreja Matriz de Jaú. Não houve acordo quanto ao preço e ele foi embora. Em Bocaina, na época, estava o padre José Maria Alberto Soares. Ele gostaria de ter as telas do pintor em sua igreja e começou a escrever a Calixto, falando dessa vontade. Conseguiu sensibilizar o artista que veio a Bocaina e pintou as telas por um preço bem menor daquele que pedira em Jaú. As obras podem ser consideradas o melhor da arte sacra pintada por Calixto, que por ter nascido e vivido em cidades litorâneas, pintou muitas marinhas. O próprio pintor considerava as telas Salomé recebe a cabeça de João Batista e Transfiguração, como os seus melhores trabalhos sacros. Elas estão em Bocaina.

A 10 de dezembro de 1923 começava seu último grande trabalho, a pintura dos quadros para a Matriz de São João Batista de Bocaina. Dominado pela idéia da morte próxima, dizia que nessa igreja seria o lugar onde se perpetuaria a sua derradeira arte.

http://pt.wikipedia.org/wiki/Benedito_Calixto

Imagens:

http://commons.wikimedia.org/w/index.php?title=Benedito+Calixto&uselang=pt

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