"Cresci basicamente na Alemanha, onde a gente se mudou de uma cidade de merda pra outra. Morei em Bad Tölz, na Bavária, bem perto do Hitler's Eagle's Nest. Morei em Munique, depois a gente se mudou pra Pirmasens, uma cidadezinha na fronteira francesa. O lado alemão de Pirmasens era chamado de Linha Siegfried, o lado francês era a Linha Magnot. Durante a Primeira e a Segunda Guerra Mundial, o interior tinha sido fortificado com obstáculos contra tanques e blindados, artilharia pesada, bunkers e ninhos de metralhadoras. Eu pegava carona até os arredores da cidade, vagueava pelos velhos bunkers e encontrava metralhadoras chamuscadas e enferrujadas, capacetes alemães de aço, máscaras de gás, baionetas e fitas de metralhadora. Todos os garotos do meu bloco residencial colecionavam e negociavam relíquias de guerra. E consegui tantas que comecei a negociá-las. Eu era fascinado pelos símbolos názis. Adorava encontrá-los nos entulhos da Alemanha. Eram tão glamourosos. Eram tão bonitos. Meus pais ficaram muito injuariados com aquilo. Uma vez fiz uma verdadeira descoberta, uma espada da Luftwaffe, que achei numa loja. Comprei-a por oitenta marcos. Eu sabia que poderia ficar com ela ou vendê-la por uma pequena fortuna. Mas quando a levei pra casa, meu pai ficou completamente de cara. Ele disse: "Você não tem idéia de quantos dos nossos morreram por causa desta espada!" E pensei: "Esse cara é um babaca se realmente se importa", porque o meu pai não tinha opinião sobre nada."
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