5 de setembro de 2010

Josué Apolônio de Castro (Recife, 5 de setembro de 1908 - Paris, 24 de setembro de 1973).

"Metade da humanidade não come; e a outra metade não dorme, com medo da que não come"
.- "Geografia da fome: o dilema brasileiro : pão ou aço" - Página 22, de Josué de Castro - Publicado por Antares ; Achiamé, 1980 - 361 páginas





Pernambucano do Recife filho de retirantes da seca nordestina.

Aos 21 anos concluiu o curso superior de Medicina pela Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro. Três anos depois, em 1932, torna-se livre-docente em Fisiologia da Faculdade de Medicina do Recife com a tese "O problema fisiológico da alimentação no Brasil". Esta tese já indica para a importância que o autor atribui ao campo da nutrição, o que caracterizará toda sua obra.

Em 1935 se muda para o Rio de Janeiro onde assume a cátedra de Antropologia da antiga Universidade do Distrito Federal e em 1940 se torna professor catedrático de Geografia Humana na Faculdade Nacional de Filosofia da Universidade do Brasil. Neste período é importante destacar a publicação de "A Alimentação Brasileira à Luz da Geografia Humana" de 1937, sendo esta publicação a primeira na qual Josué de Castro se posiciona claramente em favor do "método geográfico". Deve-se destacar que o início e meados do século XX são marcados por diversas obras que vão tratar especificamente da realidade brasileira. Entre essas obras podemos destacar "Casa-Grande & Senzala" (1933) de Gilberto Freyre, "Raízes do Brasil" (1936) de Sérgio Buarque de Holanda, e "Formação do Brasil Contemporâneo" (1942) de Caio Prado Júnior. Esse momento de efervescência de um "pensamento brasileiro" certamente influencia e é influenciado por Josué de Castro.

Tratando mais diretamente da Geografia brasileira é imprescindível apontar para sua institucionalização a partir da década de 30. São Paulo e Rio de Janeiro se tornam referência para a Geografia nacional e têm uma característica em comum: ambas são fortemente ligadas à escola francesa de Geografia que chega ao país através das "missões francesas". A relação com os professores franceses como Pierre Deffontaines, por exemplo, certamente influenciou o modo como Josué de Castro passa a encarar a ciência geográfica e seu método de pesquisa.

Com relação ao contexto político, tendo em vista o cenário nacional, pode-se dizer que Josué de Castro viveu três fases da história nacional (divisão proposta por Boris Fausto). De 30 à 45 vive sob o governo de Vargas, de 45 à 64 vive a curta experiência democrática e de 64 até 73 presencia a tomada de poder por parte dos militares, quando é exilado (nada menos do que 14 países desenvolvidos ofereceram exilio, todos ricos) por suas idéias "socialistas" - propôs melhor divisão de renda. Morou na França até sua morte, quando a filha quis que ele fosse enterrado no Brasil e o governo usou de muita burocracia para trazer o corpo. Já com relação ao contexto político internacional, Josué de Castro testemunha os horrores da Segunda Guerra Mundial e vive intensamente a polarização do mundo em torno de EUA e URSS durante a Guerra Fria.

http://pt.wikipedia.org/wiki/Josué_de_Castro





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