25 de janeiro de 2011

Portrait of Therese Berard 1879 - Renoir, Pierre-Auguste (French 1841-1919).


A essa hora eu certamente deveria estar dormindo, passei manhã e tarde entre metrô, trem de alta velocidade para chegar à Segóvia e caminhar feito um cachorro abandonado quando da morte de seus afáveis donos, por museus, ruelas, e uma enorme escadaria para chegar a uma torre de onde deslumbrantemente pude ver toda a cidade, depois mais trem e metrô de volta a Madri... Meus pés doendo horrores, e um convite para uma visita ao Museu do Prado, que já conhecia, entretanto tenho sentido uma certa angústia do tempo, um pequeno cansaço da idade, e a necessidade de abrandar uma saudade endereçada que ao mesmo tempo que me permite seguir, cobra de mim que venha a exaurir minhas forças físicas, e entorpecer meus pensamentos diariamente. Tudo isso no mesmo balaio e lá fui eu, ao Museu do Prado, sem saber que teria o privilégio de visitar a uma exposição de quadros de Renoir.

Este quadro, que ilustra esta postagem! Ele foi o grande culpado por estar aqui escrevendo essas palavras jogadas (se querem reclamar por desrespeitar a obra com minhas pobres palavras, culpem a ela, não a mim). Estou ainda agora com os detalhes, a perfeição das cores, a expressão no olhar da infanta Thérése Berard, na cabeça... Não seria fácil dormir, tendo visto de tão perto, todos os detalhes tão marcantes...

A saudade? Essa continuará a me acompanhar, sei lá eu por quanto tempo hei de conviver com ela, com os suspiros que me faz emitir... Mas feliz de mim, por ter tido a oportunidade de estar ali, ver de perto, respirar, sentir a força da arte emanada das habilidades de um mestre do porte de Renoir.

Rodrigo.

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