27 de janeiro de 2009

Continuando...

Pois fez-se necessário então, para fugir da beligerância travestida de bom humor carnavalesco, seguir andando por um caminho que cortava o cerrado, que cortava nossas pernas com arbustos e capins que rasgavam como navalha, arranhavam, mas que o álcool ajudava a esquecer, afinal, heróicos e bravos jovens não são tão frágeis, andariam certamente descalços em um chão em brasas. E parariam pra dar uma mijada! Afinal, pra que servem solas de pés? Depois de atravessar córregos e com o sol já prestes a se por, chegamos enfim a uma clareira, e pusemo-nos, a descarregar bagagem e barracas das costas e braços, todo cuidado com garrafas e latas que repentinamente numa velocidade bem superior começavam a ficar vazias, pois não haveria como mantê-las geladas, pularíamos então, para o vinho das duas jovens senhoritas que nos acompanhavam neste episódio, e nós, cinco garotos arrogantes em nossa inexperiência, atentamos então para a necessidade de montar as barracas, pois escurecia, e não tínhamos lanternas ou os faróis do carro que havíamos deixado para trás... Foi então que já com os ferros de fixar a barraca nas mãos, lembrei do martelo: “Puta qui pariu!!! O martelo do meu velho!!!” jamais voltei a vê-lo, muito menos meu velho soube do ocorrido naquele carnaval.
(continua...)

Rodrigo

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