6 de fevereiro de 2009

10 de março de 2005.

Por um momento hoje, pensando sobre a ansiedade que sinto, veio-me à cabeça uma recordação, ou melhor, uma sensação vívida, , estimulada pela audição de uma coletânea de músicas que ouvia à exaustão ( e com o surgimento do compartilhamento de arquivos via internet, voltei a ouvir em demasia) em minha adolescência, que parece me acompanhar ainda hoje em determinadas circunstâncias. Voltei a sentir aquela sensação quase orgásmica para um adolescente rebelde, puro e besta, de sentir-se no palco, à frente de uma banda de rock'n'roll animal!!! Mulheres deliciosas aos meus pés, cheio de caretas e performances de rocker... impossível conter um riso pensado, performance em palco eu!? Só consigo imaginar de olhos fechados ou bêbado como costumava manter-me à época em que mais me dediquei a um conjunto, que por sinal não teve nenhuma aparição no "cenário", hehe, "panorama" do rock brasiliense da época, como ouço alguns garotos dos dias globalizados de hoje, falando em tom de âncora da MTV. Ainda assim, me orgulho de ter dedicado tempo e fígado à isso. Sempre quis ser músico, sempre ouvi música, dos mais variados tipos, desde a infância, num quarto da casa onde morávamos, uma espécie de biblioteca, escritório de meu pai mas que vivia tomado mesmo por nós. Eu e meus irmãos. Havia um motivo para isso, em forma de móvel de parede, comprido e baixo, em madeira, e que contava com duas portas que se abriam à frente, cada qual para um sentido inversamente oposto, e abertas exibiam um rádio antigo, e espaço para LPs. A vitrola aparecia ao levantar uma porta que ficava em cima à direita do "móvel", ali escutava os discos de meu pai, coleções de MPB e ópera que eram vendidas nas bancas de revistas. Adorava ficar ali, imaginava mil histórias, sempre rodeado de música, lembro de ficar completamente obcecado por algumas, a ponto de após terminar de ouvi-las (cada qual em seu tempo, óbvio), levantava o braço do toca-discos e voltava ao início da faixa às vezes por dez, quinze vezes, até que me sentisse saciado de ouvir detalhadamente a música que me ocupava naquele momento.

Continua...

Rodrigo

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