Ando há algum tempo questionando uma atitude que recentemente eu mesmo criticava, mas que agora, analisando mais cautelosamente, percebo encaixar-se nela a situação configurada na tradicional expressão “faca de dois gumes”. Na verdade, acho bastante limitador analisar qualquer questão como passível de apenas duas opções que se contrapõem como solução. Existem variadas formas de se fazer a mesma coisa, aqui mesmo, no editor de texto onde escrevo essas idéias, eu posso realizar a mesma operação de várias maneiras. Enfim, me refiro à questão da contextualização e adequação na utilização do vocabulário individual.
Ouço muitas críticas a pessoas que se utilizam de vocabulário rebuscado em seu linguajar. São pedantes, metidos a bestas, exibidos, prolixos e demais rótulos pejorativos. Concordo que não devamos nos utilizar de recursos vocabulares restritivos, ou onde não nos façamos entender através deles, afinal, a função primeira da língua é a de comunicar, mas acredito estar aí uma questão de atitude, nunca da língua. Se pensarmos radicalmente dessa forma, acabo por vislumbrar mais um preconceito social. Temos que nos restringir linguisticamente, pois em nosso julgamento, um excluído nunca terá condições de entender termos rebuscados. O resultado disso é que nos adaptamos pela limitação e limitamos não só a capacidade do indivíduo de adquirir conhecimento, como a nossa de transmiti-lo, e não vejo resultado positivo aí.
De fato, o preconceito vem de quem repete a idéia de que é babaca quem fala outra língua ou a sua própria, de maneira mais complexa. Pessoalmente, acho que babaca é quem ainda chama o dicionário de “pai dos burros”, de modo a deixar subentendida a idéia de que é tolo quem se interessa pelo saber. Entra na questão algo sobre a idéia utópica do que seja liberdade. Utopias à parte, penso que quanto mais informação um indivíduo puder apreender, em qualquer língua, e utilizando-se da linguagem que se fizer necessária nesse processo aquisitivo, estará esse indivíduo, ao passo em que adquire informação, concomitantemente aumentando seu poder de arbítrio, e poder arbitrar é algo próximo do que o termo “liberdade” sugere.
Não que se torne obrigatório que todos desejem apreender conhecimento. Muito menos que quem o detenha, deva imediatamente estar preparado para transmiti-lo. De fato, acredito que pensar um pouco sobre as atitudes que tomamos e as que observamos, um pensar crítico, que nos leve a afrouxar um pouco os laços rígidos das normas e valores que acabam por nos condicionar e reduzir, e que também nos levam a julgar de maneira preconceituosa às demais pessoas, pode ser um bom início na tentativa de tornar a sociedade em que vivemos, um ambiente menos excludente e atrasado.
Rodrigo
Ouço muitas críticas a pessoas que se utilizam de vocabulário rebuscado em seu linguajar. São pedantes, metidos a bestas, exibidos, prolixos e demais rótulos pejorativos. Concordo que não devamos nos utilizar de recursos vocabulares restritivos, ou onde não nos façamos entender através deles, afinal, a função primeira da língua é a de comunicar, mas acredito estar aí uma questão de atitude, nunca da língua. Se pensarmos radicalmente dessa forma, acabo por vislumbrar mais um preconceito social. Temos que nos restringir linguisticamente, pois em nosso julgamento, um excluído nunca terá condições de entender termos rebuscados. O resultado disso é que nos adaptamos pela limitação e limitamos não só a capacidade do indivíduo de adquirir conhecimento, como a nossa de transmiti-lo, e não vejo resultado positivo aí.
De fato, o preconceito vem de quem repete a idéia de que é babaca quem fala outra língua ou a sua própria, de maneira mais complexa. Pessoalmente, acho que babaca é quem ainda chama o dicionário de “pai dos burros”, de modo a deixar subentendida a idéia de que é tolo quem se interessa pelo saber. Entra na questão algo sobre a idéia utópica do que seja liberdade. Utopias à parte, penso que quanto mais informação um indivíduo puder apreender, em qualquer língua, e utilizando-se da linguagem que se fizer necessária nesse processo aquisitivo, estará esse indivíduo, ao passo em que adquire informação, concomitantemente aumentando seu poder de arbítrio, e poder arbitrar é algo próximo do que o termo “liberdade” sugere.
Não que se torne obrigatório que todos desejem apreender conhecimento. Muito menos que quem o detenha, deva imediatamente estar preparado para transmiti-lo. De fato, acredito que pensar um pouco sobre as atitudes que tomamos e as que observamos, um pensar crítico, que nos leve a afrouxar um pouco os laços rígidos das normas e valores que acabam por nos condicionar e reduzir, e que também nos levam a julgar de maneira preconceituosa às demais pessoas, pode ser um bom início na tentativa de tornar a sociedade em que vivemos, um ambiente menos excludente e atrasado.
Rodrigo
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