O seu tio José alcunhou-o de camarão por ser louro e ter a pele muito branca. Aos 8 anos começou a cantar com Rancapino nas paragens dos transportes públicos e à porta de tabernas para ganhar dinheiro. Aos 14 anos entrou no filme “El amor brujo” com António Gades. Dois anos mais tarde ganhou o primeiro prêmio no “Festival del Cante Jondo” em Mairena de Alcor. Depois mudou-se para Madrid com Miguel de los Reyes, e em 1968 tornou-se artista residente em “Torres Bermejas Tablao”, onde permaneceu por 12 anos.
Foi então que conheceu Paco de Lucía, com quem iria gravar nove álbuns entre 1969 e 1977. Os dois fizerem imensas digressões durante este período. Quando de Lucía começou a sua carreira a solo, Camarón passou a trabalhar com Tomatito.
O primeiro disco sem Paco de Lucía, La leyenda del tiempo, lançado em 1979, é até hoje considerado um marco do flamenco, aproximando-o de gêneros como o rock e o jazz. É também a partir desse disco que o cantor abrevia seu nome artístico para somente Camarón.
Em 1986 envolve-se em um acidente de trânsito no qual o veículo que dirigia choca-se com um outro, resultando na morte de duas pessoas. O cantor é condenado a um ano de prisão, na qual acaba não ingressando por padecer de antecedentes criminais.
Morreu de cancro do pulmão em 1992. Estima-se que mais de 100.000 mil pessoas tenham comparecido no seu funeral.
Camarón foi o mais popular e influente cantor de flamenco do período moderno. Embora o seu trabalho tenha sido criticado pelos tradicionalistas, é considerado de grande importância por mostrar às gerações mais novas a cultura do flamenco.
Em 2005 o diretor Jaime Chavárri levou às telas a cinebiografia Camarón, com Óscar Jaeneda no papel principal. O filme foi indicado a diversas categorias do Prêmio Goya, a mais importante premiação do cinema espanhol.
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