Filha de Robert Simpson Cassat (depois, Cassatt), um rico e influente homem de negócios em Pittsburgh, e Katherine Kelso Jhonson, ambos de ascendência francesa, e uma entre sete irmãos (dois morreram precocemente), Mary Cassatt passou a infância entre os Estados Unidos, França e Alemanha. Fascinada ,em tenra idade, pelas obras de arte européias, matricula-se, ainda adolescente, na Academia de Artes da Pensilvânia, na Filadélfia. Aos vinte e três anos, decide-se por seguir a carreira de pintora profissional e, indo contra a própria família conservadora provinciana, partiu com uma amiga para a Europa estudar em ateliers particulares de pintores como Charles Chaplin, Thomas Couture e Jean-Leon Gerome, entre outros. Da Itália, envia uma obra para o Salão de Paris pela primeira vez, no ano de 1868, e é aceita. Seu estilo tradicional em pinturas de médio porte retratando figuras de gênero e personagens da literatura lhe permite ser aceita com certa consecutividade até 1874, enquanto ela transita entre Holanda, Bélgica e Espanha, um tempo ao longo do qual ela não consegue o destaque desejado, apesar das aceitações.
Sua frustração será ainda maior a partir de 1874, quando resolve se mudar definitivamente para Paris e enfrentar cara-a-cara a então capital mundial das artes e o concorrido mundo dos pintores profissionais. É recusada no salão de 1875 e nos anos conseguintes, até que é apresentada, em 1878, a Degas, cujas obras lhe fascinaram alguns anos antes. Ele lhe convida para participar da próxima exposição dos Impressionistas, em 1879, a quarta do grupo. Alterando drasticamente seu estilo à nova estética dos "pintores radicais" aos quais se juntava, Cassatt expõe com o grupo até a oitava exposição, em 1886, com algumas interrupções, fixando-se como membro do grupo original, ao lado de Monet, Morisot, Renoir, Pissaro e o próprio Degas, entre outros. É nessa época que ela começa a estudar gravura em metal, ao lado de seu mentor Degas, e compromete-se de maneira mais dedicada à arte do desenho, que irá ajudá-la a dissociar-se dos Impressionistas e criar um estilo próprio. É nessa época também que começa a trabalhar com o tema que irá lhe garantir um maior reconhecimento e um lugar próprio entre os Impressionistas: a representação de mães e filhos. O ambiente feminimo burguês está sempre marcado na sua obra, e a sua descrição da figura humana em óleo, pastel e ponta-seca são de uma técnica precisa e realista, representando as tonalidades da carne e das expressões faciais com uma impecabilidade excepcional.
Ao longo de seu envolvimento com os Impressionistas, procurou expressar suas fortes opiniões sobre arte e seus preconceitos contra a tradição dos salões oficiais. Sendo uma dentre os poucos membros ricos do grupo, e com uma rede social invejável, ajudou a promover os trabalhos de seus colegas e até mesmo a comprá-los. A partir de então, recusou-se a receber prêmios e menções e a participar de mostras de artistas mulheres, não acreditando em tal separação ou exclusividade, dizendo que em arte não deve haver tal distinção.
Após a desintegração dos Impressionistas, Mary Cassatt continua fortemente ativa no mundo das artes, atuando como colaboradora na criação de coleções particulares de obras impressionistas, como a de seu casal de amigos, os Havemeyer, e na introdução do Impressionismo nos Estados Unidos, além de continuar seu trabalho como pintora e gravadora até 1914. Neste período, sua maior conquista será na criação de gravuras coloridas, com forte influência da estética japonesa, e suas técnicas próprias, complicadas e bem-elaboradas, terão grande destaque no campo das artes gráficas.
Sofre de diabetes e a partir de 1915 fica praticamente cega, sem poder trabalhar até sua morte em 1926, solteira e sem filhos, em seu château em Beaufresne. Foi o penúltimo membro do grupo original dos Impressionistas a falecer, poucos meses antes de Monet.
Imagens:
http://commons.wikimedia.org/wiki/Category:Mary_Cassatt?uselang=pt
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