11 de novembro de 2010

Fiódor Mikhailovich Dostoiévski (Moscou, 11 de Novembro de 1821 — São Petersburgo, 9 de Fevereiro de 1881).






"Sou filho da descrença e da dúvida, até ao presente e mesmo até à sepultura. Que terrível sofrimento me causou, e me causa ainda, a sede de crer, tanto mais forte na minha alma quanto maior é o número de argumentos contrários que em mim existe! Nada há de mais belo, de mais profundo, de mais perfeito do que Cristo. Não só não há nada, mas nem sequer pode haver."

- Páginas escritas durante o seu cativeiro na Sibéria.

" Eu sou um homem ridículo. No momento dizem que estou louco. Seria um título excelente, se para eles eu não permanecese nada mais que ridículo. Mas de ora em diante eu não me zango mais, todo mundo é assaz gentil para comigo, mesmo quando caçoa de mim, e, dir-se-ia, mais gentil ainda naquele momento. Eu riria de bom grado com eles, não tanto de mim mesmo quanto para lhes ser agradável, se não sentisse tal tristeza ao contemplá-los."

- Do conto "O Sonho de um homem ridículo"

"Há coisas sobre as quais não só não se pode falar com inteligência mas é até falta de inteligência falar sobre ela."

"É como na religião: quanto pior vive um homem ou quanto mais desamparado ou mais pobre é todo um povo, mais obstinadamente ele sonha com a recompensa no paraíso!"

"Acontece que a mágoa verdadeira e indiscutível é às vezes capaz de tornar grave e resistente até um homem fenomenalmente fútil."

"Meu amigo, a verdade verdadeira é sempre inverossímil, você sabia? Para tornar a verdade mais verossímil, precisamos necessariamente adicionar-lhe a mentira."

"Não há nada mais astuto que a própria cara, porque ninguém lhe dá crédito."

- De "Os Demônios"

No verão, confinamento intolerável, no inverno, frio insuportável. Todos os pisos estavam podres. A sujeira no chão tinha uma polegada de espessura; alguém poderia tropeçar e cair… Éramos empilhados como anéis de um barril… Nem sequer havia lugar para caminhar… Era impossível não se comportar como suínos, desde o amanhecer até o pôr-do-sol. Pulgas, piolhos, besouros a celemim."

– Dostoiévski sobre seu local de prisão

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