8 de agosto de 2009

Hate weekends

Não existem bons fins de semana. Ao menos não existem pra mim. Há sempre o desgosto de atravessar um domingo e toda sua melancolia. Morro a cada fim de semana. Se não me aniquilo, eles fazem isso por mim.

Morro sistematicamente a cada fim de semana. Poderia amá-los. Mas não. Não amo dias, amo pessoas. E se a pessoa a quem mais amo, não me ama aos fins de semana, como amar fins de semana?

Sofro todo fim de semana. Quando digo isso, pareço escolher essa sina. Mas não. Essa sina me escolheu, não posso com ela. Não posso obrigar alguém a gostar de mim. Por isso, sofro. Morro. Enterro-me a cada fim de semana, desejando intensamente que o fim de semana chegue ao fim.

Gostaria de poder escolher meu gostar, já que não posso escolher quem irá gostar de mim. Gosto de quem gosta dos fins de semana. Mais deles que de mim. Não posso partilhar esse gostar, e por fim, gosto sozinho nos fins de semana, que parecem não gostar de mim.

Por último, sujo meu coração, envenenando com ódio, espaço dedicado ao amor. Ódio dos fins de semana. Já que não consigo ter ódio de quem não gosta de mim.

Estranho. Como odiar os fins de semana, se não consigo amá-los justamente por não poder amar dias, mas pessoas? É que um curioso mecanismo, me impede de direcionar o ódio às pessoas. Prefiro ignorá-las a odiá-las, e nesse ínterim, canalizo meu ódio aos dias, dos fins de semana sem fim.


Rodrigo

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