31 de outubro de 2010
Johannes Vermeer (Delft, 31 de Outubro de 1632 - Delft, 15 de Dezembro de 1675).
Johannes Vermeer
(1632-1675), Delft – Holanda.
A nova ordem que se instaurou nos Países Baixos a partir da trégua, firmada em 1609, trouxe diferenças culturais importantes entre o sul, sob domínio da corte católica espanhola, e as províncias do norte, protestantes. A inexistência da devoção a imagens nos cultos protestantes desvinculou a Arte da Igreja. Ainda, a ausência nas Províncias Unidas de uma cultura palaciana propiciou o desenvolvimento de uma arte mais singela e de temáticas do cotidiano da classe média , diferente da monumentalidade e dos temas eruditos (históricos e mitológicos) da arte do sul.
No norte, o desenvolvimento de um forte comércio interno e internacional e da indústria artesanal enriqueceu a classe média, em especial os comerciantes e industriais. Essa burguesia rica concentrava o poder político e econômico determinava o gosto por temáticas artísticas do cotidiano (como pintura de gênero e natureza morta) - enquanto no sul a cultura cortesã espanhola sufocou em parte a expansão de uma cultura burguesa.
A opulenta classe média holandesa encomendava quadros para decorar suas casas e o tamanho das pinturas teve que ser adequado à escala dessas habitações - as grandes dimensões, comuns em quadros da corte, ficaram destinadas apenas aos prédios públicos. Os temas relacionados a vida cotidiana perduraram e, no Barroco holandês, intensificou o olhar intensivo e subjetivo sobre aquilo que nos parece banal, chegando ao conceito de Realismo.
Nesse ambiente nasceu Vermeer, um dos pintores mais proeminentes desse contexto. Atribui-se a sua autoria menos de 35 pinturas, que não puderam ser datadas com segurança até hoje. Essa escassa produção deve-se à meticulosidade e lentidão com que pintava seus quadros que, apesar de bem valorizados, foram insuficientes para quitar suas dívidas e garantir o sustento de seus 15 filhos - mesmo sendo que ele desenvolvia as atividades de comerciante e avaliador de obras de arte paralelamente ao trabalho de ateliêr.
Ele viveu em Delft, e a representação da vida doméstica era o tema básico da escola de Delft. Diferente das obras barrocas de Rembrandt, cujos aspectos subjetivos tendem ao místico e estão vinculados ao tratamento dado à iluminação mais contrastante, as imagens criadas por Vermeer costumam apresentar um momento íntimo de uma ou duas figuras no interior de suas habitações em um momento iluminado do dia, como vemos em A leiteira. A sua técnica era de extremo naturalismo nas representações das texturas e do brilho de materiais preciosos, e seus quadros são concebidos numa tonalidade clara e num cromatismo intenso e harmônico, como vemos em Mulher sentada ao virginal. O resultado desse domínio artístico e intelectual na elaboração de seus quadros é a simplicidade surpreendente na percepção do conjunto. Em A tocadora de viola, por exemplo, o olhar aproximado e instantâneo da cena deixa evidente a concepção da obra como representação de um fragmento fugaz da realidade cotidiana de seus personagens. O que há de mais singelo em nosso cotidiano, aos olhos de Vermeer, transforma-se em algo de forte carga espiritual, tanto em suas pinturas de gênero como em suas poucas obras depaisagem, como a Vista de Delft.
O reconhecimento da qualidade artística da obra de Vermeer por historiadores só ocorreu na década de 1860, quase dois séculos após a sua morte.
http://www.casthalia.com.br/a_mansao/artistas/vermeer.htm
>> Biografia, obras da coleção, textos informativos e obras que fizeram parte da exposição Johannes Vermeer's The Art of Painting, de novembro de 1999 a fevereiro de 2000, na National Gallery of Art (em inglês):
http://www.nga.gov/exhibitions/vermeerinfo.htm
>> Biografia e completo banco de imagens (em espanhol):
http://www.artehistoria.com/genios/pintores/3661.htm
>> Biografia e links (em português):
http://pt.wikipedia.org/wiki/Johannes_Vermeer
30 de outubro de 2010
Ambroise-Paul-Toussaint-Jules Valéry (Sète, 30 de outubro de 1871 — Paris, 20 de julho de 1945).
"Se soubéssemos, não falaríamos nem tampouco pensaríamos". O elogio ao silêncio absoluto é bastante significativo, quando vem de um artista da palavra como Valéry.
Paul Valéry foi um misto de pensador e de poeta. Inseriu-se na linhagem de escritores transgressivos que tinham como expoentes Edgar Allan Poe e Stéphane Mallarmé.
Sua obra poética é considerada como uma das mais importantes da poesia francesa do século 20. Sua obra ensaística é a de um homem tolerante que depreciava as idéias irracionais e acreditava na superioridade moral e prática do trabalho. Recusava a metafísica e os sistemas filosóficos. Recusava aos historiadores, qualquer poder de ensinamento e de previsão, já que suas lições eram ultrapassadas pelos acontecimentos.
Rigoroso, Valéry se empenhou na busca de um método destinado a fazer da criação poética uma obra de precisão. O lirismo para ele não ia além do "desenvolvimento de uma exclamação".
Paul Valery estudou direito em Montpellier, onde publicou suas primeiras poesias: "Sonho"(1889) "Elevação da lua" (1889), "A marcha imperial" e "Narciso fala". Sua amizade com Pierre Louis lhe abriu as portas literárias de Paris, onde conheceu André Gide e Mallarmé (1891), com quem teria uma grande amizade.
Seu amor não correspondido por Madame Rovira precipitou uma crise que o levou em 1892 a renunciar à poesia e a consagrar-se ao culto exclusivo da razão e inteligência. Em 1894 se instalou em Paris e no ano seguinte publicou ensaios filosóficos: "Introdução ao método de Leonardo da Vinci" e "Monsieur Teste", este último foi uma série de dez fragmentos onde expõe o poder da mente voltada à observação e dedução dos fenômenos.
Trabalhou como funcionário do Ministério da Guerra (1895) foi secretário particular de Édouard Lebey (1900-1920), um dos editores da agência Havas. Obteve grande notoriedade com a publicação do poema "A Jovem Parca" (1917) e dos volumes de versos "Álbum de Versos antigos (1920) e "Charmes" (1922) que inclui seu poema "O Cemitério Marinho" considerado o protótipo da "poesia pura" de Valery.
Em 1925 ingressou na Academia Francesa. Suas obras seguintes foram diálogos em prosa: "Eupalinos ou o Arquiteto" (1923) e "A Alma e a Dança" (1923). Posteriormente publicou uma recopilação de ensaios e conferências ("Variedades", 5 volumes, 1924-44) e uma série de obras como "Rumbas" (1926), "Analetos" (1927), "Literatura" (1929), "Consideração sobre o Mundo Atual" (1931) "Maus Pensamentos e Outros" (1941) e "Tal Qual" (1941-43). Foi também professor de poética e escreveu balés para teatro como "Semiramis" (1934).
O livro "Degas Dança Desenho", publicado em 1936, aproxima literatura e artes plásticas e traça um perfil valioso de Edgar Degas (1834-1917). Valéry mistura reminiscências pessoais de caráter anedótico com análises críticas das questões estéticas levantadas pelo pintor e escultor.
http://educacao.uol.com.br/biografias/ult1789u512.jhtm?action=print
Paul Valéry foi um misto de pensador e de poeta. Inseriu-se na linhagem de escritores transgressivos que tinham como expoentes Edgar Allan Poe e Stéphane Mallarmé.
Sua obra poética é considerada como uma das mais importantes da poesia francesa do século 20. Sua obra ensaística é a de um homem tolerante que depreciava as idéias irracionais e acreditava na superioridade moral e prática do trabalho. Recusava a metafísica e os sistemas filosóficos. Recusava aos historiadores, qualquer poder de ensinamento e de previsão, já que suas lições eram ultrapassadas pelos acontecimentos.
Rigoroso, Valéry se empenhou na busca de um método destinado a fazer da criação poética uma obra de precisão. O lirismo para ele não ia além do "desenvolvimento de uma exclamação".
Paul Valery estudou direito em Montpellier, onde publicou suas primeiras poesias: "Sonho"(1889) "Elevação da lua" (1889), "A marcha imperial" e "Narciso fala". Sua amizade com Pierre Louis lhe abriu as portas literárias de Paris, onde conheceu André Gide e Mallarmé (1891), com quem teria uma grande amizade.
Seu amor não correspondido por Madame Rovira precipitou uma crise que o levou em 1892 a renunciar à poesia e a consagrar-se ao culto exclusivo da razão e inteligência. Em 1894 se instalou em Paris e no ano seguinte publicou ensaios filosóficos: "Introdução ao método de Leonardo da Vinci" e "Monsieur Teste", este último foi uma série de dez fragmentos onde expõe o poder da mente voltada à observação e dedução dos fenômenos.
Trabalhou como funcionário do Ministério da Guerra (1895) foi secretário particular de Édouard Lebey (1900-1920), um dos editores da agência Havas. Obteve grande notoriedade com a publicação do poema "A Jovem Parca" (1917) e dos volumes de versos "Álbum de Versos antigos (1920) e "Charmes" (1922) que inclui seu poema "O Cemitério Marinho" considerado o protótipo da "poesia pura" de Valery.
Em 1925 ingressou na Academia Francesa. Suas obras seguintes foram diálogos em prosa: "Eupalinos ou o Arquiteto" (1923) e "A Alma e a Dança" (1923). Posteriormente publicou uma recopilação de ensaios e conferências ("Variedades", 5 volumes, 1924-44) e uma série de obras como "Rumbas" (1926), "Analetos" (1927), "Literatura" (1929), "Consideração sobre o Mundo Atual" (1931) "Maus Pensamentos e Outros" (1941) e "Tal Qual" (1941-43). Foi também professor de poética e escreveu balés para teatro como "Semiramis" (1934).
O livro "Degas Dança Desenho", publicado em 1936, aproxima literatura e artes plásticas e traça um perfil valioso de Edgar Degas (1834-1917). Valéry mistura reminiscências pessoais de caráter anedótico com análises críticas das questões estéticas levantadas pelo pintor e escultor.
http://educacao.uol.com.br/biografias/ult1789u512.jhtm?action=print
AS ROMÃS
Paul Valéry
Duras romãs entreabertasPelo excesso dos grãos de ouro,
Eu vejo reis, todo um tesouro
Nascer de suas descobertas!
Se os sóis de onde ressurgis,
Ó romãs de entrevista tez,
Vos fazem, prenhes de altivez,
Romper os claustros de rubis,
E se o ouro sece cede enfim
Ante a demanda ainda mais dura
E explode em gemas de carmim,
Essa luminosa ruptura
Faz sonhar uma alma que há em mim
De sua secreta arquitetura.
(tradução: Augusto de Campos)
28 de outubro de 2010
28 de outubro de 1637 - Fundação da cidade de Ubatuba (Litoral Norte de São Paulo, Brasil).
Ubatuba é um município do estado de São Paulo, localizado no litoral norte. A população aferida pelo IBGE na contagem de 2007 foi de 75 008 habitantes. O território municipal ocupa 712 km², 83% dos quais localizados no Parque Estadual da Serra do Mar. A densidade demográfica de 105,33 hab/km². Ubatuba é um dos quinze municípios paulistas considerados estâncias balneárias por cumprir determinados requisitos definidos por lei estadual.
Seu nome tem origem tupi e significa "abundância de cana silvestre", "bosque de cana silvestre" ou, ainda, preferencial e historicamente, "muitas canoas".
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ubatuba
Imagens:
http://commons.wikimedia.org/wiki/Category:Ubatuba?uselang=pt
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