"Se soubéssemos, não falaríamos nem tampouco pensaríamos". O elogio ao silêncio absoluto é bastante significativo, quando vem de um artista da palavra como Valéry.
Paul Valéry foi um misto de pensador e de poeta. Inseriu-se na linhagem de escritores transgressivos que tinham como expoentes Edgar Allan Poe e Stéphane Mallarmé.
Sua obra poética é considerada como uma das mais importantes da poesia francesa do século 20. Sua obra ensaística é a de um homem tolerante que depreciava as idéias irracionais e acreditava na superioridade moral e prática do trabalho. Recusava a metafísica e os sistemas filosóficos. Recusava aos historiadores, qualquer poder de ensinamento e de previsão, já que suas lições eram ultrapassadas pelos acontecimentos.
Rigoroso, Valéry se empenhou na busca de um método destinado a fazer da criação poética uma obra de precisão. O lirismo para ele não ia além do "desenvolvimento de uma exclamação".
Paul Valery estudou direito em Montpellier, onde publicou suas primeiras poesias: "Sonho"(1889) "Elevação da lua" (1889), "A marcha imperial" e "Narciso fala". Sua amizade com Pierre Louis lhe abriu as portas literárias de Paris, onde conheceu André Gide e Mallarmé (1891), com quem teria uma grande amizade.
Seu amor não correspondido por Madame Rovira precipitou uma crise que o levou em 1892 a renunciar à poesia e a consagrar-se ao culto exclusivo da razão e inteligência. Em 1894 se instalou em Paris e no ano seguinte publicou ensaios filosóficos: "Introdução ao método de Leonardo da Vinci" e "Monsieur Teste", este último foi uma série de dez fragmentos onde expõe o poder da mente voltada à observação e dedução dos fenômenos.
Trabalhou como funcionário do Ministério da Guerra (1895) foi secretário particular de Édouard Lebey (1900-1920), um dos editores da agência Havas. Obteve grande notoriedade com a publicação do poema "A Jovem Parca" (1917) e dos volumes de versos "Álbum de Versos antigos (1920) e "Charmes" (1922) que inclui seu poema "O Cemitério Marinho" considerado o protótipo da "poesia pura" de Valery.
Em 1925 ingressou na Academia Francesa. Suas obras seguintes foram diálogos em prosa: "Eupalinos ou o Arquiteto" (1923) e "A Alma e a Dança" (1923). Posteriormente publicou uma recopilação de ensaios e conferências ("Variedades", 5 volumes, 1924-44) e uma série de obras como "Rumbas" (1926), "Analetos" (1927), "Literatura" (1929), "Consideração sobre o Mundo Atual" (1931) "Maus Pensamentos e Outros" (1941) e "Tal Qual" (1941-43). Foi também professor de poética e escreveu balés para teatro como "Semiramis" (1934).
O livro "Degas Dança Desenho", publicado em 1936, aproxima literatura e artes plásticas e traça um perfil valioso de Edgar Degas (1834-1917). Valéry mistura reminiscências pessoais de caráter anedótico com análises críticas das questões estéticas levantadas pelo pintor e escultor.
http://educacao.uol.com.br/biografias/ult1789u512.jhtm?action=print
Paul Valéry foi um misto de pensador e de poeta. Inseriu-se na linhagem de escritores transgressivos que tinham como expoentes Edgar Allan Poe e Stéphane Mallarmé.
Sua obra poética é considerada como uma das mais importantes da poesia francesa do século 20. Sua obra ensaística é a de um homem tolerante que depreciava as idéias irracionais e acreditava na superioridade moral e prática do trabalho. Recusava a metafísica e os sistemas filosóficos. Recusava aos historiadores, qualquer poder de ensinamento e de previsão, já que suas lições eram ultrapassadas pelos acontecimentos.
Rigoroso, Valéry se empenhou na busca de um método destinado a fazer da criação poética uma obra de precisão. O lirismo para ele não ia além do "desenvolvimento de uma exclamação".
Paul Valery estudou direito em Montpellier, onde publicou suas primeiras poesias: "Sonho"(1889) "Elevação da lua" (1889), "A marcha imperial" e "Narciso fala". Sua amizade com Pierre Louis lhe abriu as portas literárias de Paris, onde conheceu André Gide e Mallarmé (1891), com quem teria uma grande amizade.
Seu amor não correspondido por Madame Rovira precipitou uma crise que o levou em 1892 a renunciar à poesia e a consagrar-se ao culto exclusivo da razão e inteligência. Em 1894 se instalou em Paris e no ano seguinte publicou ensaios filosóficos: "Introdução ao método de Leonardo da Vinci" e "Monsieur Teste", este último foi uma série de dez fragmentos onde expõe o poder da mente voltada à observação e dedução dos fenômenos.
Trabalhou como funcionário do Ministério da Guerra (1895) foi secretário particular de Édouard Lebey (1900-1920), um dos editores da agência Havas. Obteve grande notoriedade com a publicação do poema "A Jovem Parca" (1917) e dos volumes de versos "Álbum de Versos antigos (1920) e "Charmes" (1922) que inclui seu poema "O Cemitério Marinho" considerado o protótipo da "poesia pura" de Valery.
Em 1925 ingressou na Academia Francesa. Suas obras seguintes foram diálogos em prosa: "Eupalinos ou o Arquiteto" (1923) e "A Alma e a Dança" (1923). Posteriormente publicou uma recopilação de ensaios e conferências ("Variedades", 5 volumes, 1924-44) e uma série de obras como "Rumbas" (1926), "Analetos" (1927), "Literatura" (1929), "Consideração sobre o Mundo Atual" (1931) "Maus Pensamentos e Outros" (1941) e "Tal Qual" (1941-43). Foi também professor de poética e escreveu balés para teatro como "Semiramis" (1934).
O livro "Degas Dança Desenho", publicado em 1936, aproxima literatura e artes plásticas e traça um perfil valioso de Edgar Degas (1834-1917). Valéry mistura reminiscências pessoais de caráter anedótico com análises críticas das questões estéticas levantadas pelo pintor e escultor.
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AS ROMÃS
Paul Valéry
Duras romãs entreabertasPelo excesso dos grãos de ouro,
Eu vejo reis, todo um tesouro
Nascer de suas descobertas!
Se os sóis de onde ressurgis,
Ó romãs de entrevista tez,
Vos fazem, prenhes de altivez,
Romper os claustros de rubis,
E se o ouro sece cede enfim
Ante a demanda ainda mais dura
E explode em gemas de carmim,
Essa luminosa ruptura
Faz sonhar uma alma que há em mim
De sua secreta arquitetura.
(tradução: Augusto de Campos)
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