17 de dezembro de 2009

Vida Besta

Vão-se as horas
e o decorrer das horas
nada muda,
na existência cega,
burra, surda e muda,
de um sujeito
que espera o dia,
em que o destino
lhe resolva a vida.

Passam-se dias,
e o mesmo sujeito,
ainda aguarda
sem mover um dedo
algum acaso
que reverta a queda,
que teve início
em seu parto
prematuro.

Seguem semanas,
meses, anos...
E segue ele,
com seus desenganos,
entregue à sorte
por comodidade,
deixando anseios
de molho
na vontade.

Passou o tempo,
e o tal sujeito,
sente nas pernas,
nos pés, nas mãos...
sente no peito,
o pesado fardo
da idade.

O seu "presente"
não lhe trouxe
nenhuma novidade.

O seu "agora",
pela demora
fez-se tarde.

Morre o sujeito
que passou a vida,
olhando o tempo
sem achar saída
para os problemas
que não enfrentou.

Seu insucesso
acabou sendo o fruto
de uma árvore,
que por um descuido
ou negligência,
mas também
por ironia,
com apatia
ele mesmo
semeou.

Rodrigo

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